MPF à caça de pedófilo no Orkut
Google tira páginas do ar, mas autor volta a criar perfis pornográficos
Rio - O Ministério Público (MP) Federal começou caçada para identificar e pôr na cadeia o responsável por três perfis no Orkut que exibem fotos de crianças em situação de abuso sexual, denunciados nesta segunda em O DIA. O MP enviou ontem à Justiça pedido de medida cautelar para que o Google, administrador do site de relacionamentos, forneça todas as informações sobre a criação da página. Os promotores esperam, assim, localizar o computador onde a conta foi aberta e, a partir daí, tentar chegar ao criminoso.
Nesta segunda, milhares de usuários do Orkut se mobilizaram em repúdio ao autor da página. Mais de 3 mil recados foram postados na conta do pedófilo apenas de domingo até segunda. Ao longo do final de semana, foram 70 mil. Até as 20h de ontem, cerca de 550 comunidades contra o criminoso foram criadas. O Orkut tirou do ar o perfil original, mas novos foram criados com nome similar e 12 fotos de menores em relações sexuais.
A Safernet Brasil, ONG responsável pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, já havia recebido mais de 4 mil denúncias. “Essas páginas foram criadas sábado de manhã e a primeira denúncia chegou em seguida. Domingo, fizemos relatório de rastreamento do perfil com as informações disponíveis, como fotos e mensagens. Encontramos três perfis desse autor com fotos diferentes de crianças”, disse Thiago Tavares, presidente da ONG.
Também foram encaminhados ao MP como notícia-crime outras três contas com nomes distintos, mas conteúdo parecido. Só um permanecia no ar ontem às 20h. O site da ONG é www.denunciar.org.br.
Orkut abriga quase todas as denúncias
Ano passado, a Safernet encaminhou mais de 300 notícias-crime ao MP Federal e 143 geraram inquéritos: 118 por pornografia infantil e 25 crimes de ódio (como racismo). O Orkut é origem de 95% das denúncias.
“Entre os usuários do Orkut, 50% são adolescentes, apesar de o site ser proibido para menores de 18 anos. Há muito conteúdo violento e pornográfico, o que é impróprio para crianças. Os pais precisam fiscalizar”, detalha Thiago. O Google informa que guardou dados das páginas e que pode fornecê-los mediante ordem judicial. Autores podem pegar até 6 anos de prisão.