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HOMOFOBIA

Polícia prende gangue suspeita de crimes contra homossexuais em SP


O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu nesta sexta-feira cinco pessoas suspeitos de pertencerem a gangues que agridem homossexuais nas regiões da avenida Paulista, rua Consolação, Jardins e praça da República.

Os cinco detidos --quatro homens e uma mulher entre 18 e 26 anos--, de acordo com o DHPP, pertencem à gangue "Devastação Punk", rivais de outras gangues, como os grupos de skinheads.

Os suspeitos tiveram prisão temporária --de dez dias-- decretada. Segundo o DHPP, um dos membros do grupo foi identificado como um dos autores das agressões ao professor universitário Alessandro Araújo, 39, foi espancado, na madrugada do dia 10 de fevereiro nos Jardins (bairro nobre da zona oeste de São Paulo). Ele perdeu cinco dentes além de outros sofrimentos.

Outro crime onde todos os cinco têm participação, segundo o DHPP, é uma agressão a um grupo de quatro jovens na alameda Itu, em 2006, na alameda Itu, também nos Jardins. No entanto, o DHPP não descarta a participação do grupo em outros crimes de homofobia.

"No caso da alameda Itu era uma briga entre eles [suspeitos] e os quatro jovens, não era um crime homofóbico. Entre as vítimas havia um ex-membro da gangue, que era o alvo deles. Quem sai da gangue é ameaçado de morte. É como uma sociedade secreta", disse a delegada Margarette Barreto, titular da delegacia que investiga crimes de homofobia.

De acordo com a delegada, a motivação para as agressões contra o professor ainda não foi esclarecida. Há pelo menos um ano a delegacia investigava o grupo. Com provas como o reconhecimento de fotos e testemunhas, o DHPP pediu a prisão temporária dos suspeitos. Foram expedidos oito mandados --três pessoas ainda estão foragidas.

A delegada acredita que em até 20 dias o inquérito será concluído e encaminhado ao Ministério Público. Ao término dos dez dias de prisão temporária, Margarette pode pedir prorrogação da detenção.

Durante a prisão, o DHPP encontrou fotos, botons alusivos aos skinheads, CDs e fotografias onde alguns deles aparecem armados, juntos com outros membros do grupo. "Com esse material podemos comprovar ainda mais a participação no movimento", afirmou Margarette.

A delegada acredita que a guangue dos suspeitos tem ao menos 30 pessoas.

Reivindicação

Uma das ferramentas de investigação do DHPP foi a internet. Um dos locais de busca foi o site de relacionamentos Orkut. "Eles reivindicavam a autoria dos crimes", afirmou a delegada.

Segundo Margarette, a investigação levou um ano por causa de dificuldades encontradas para investigar o grupo.

"Essas gangues têm regras e uma delas é de não aceitar delatores", afirmou a delegada.

Com fotografias e testemunhas o DHPP chegou ao grupo. Outra prova encontrada pela polícia durante as investigações foi um coturno com uma biqueira de aço, usada geralmente por esse tipo de gangue.


FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u133288.shtml